12/09/2009

Paisagem Conceitual

Com curadoria de Anne Thurmann-Jajes, a exposição apresenta 33 obras da coleção do Neues Museum Weserburg, da Universidade de Bremen. São cartazes, postais, gravuras, livros de artista e fotografias que apresentam uma visão de vinte artistas sobre o contexto urbano de cidades europeias.

A paisagem da cidade apresenta a arte do ver, a experiência da cidade capturada nos limites da figura, a delicadeza das coisas à margem, que é a fonte da apreciação artística.

Portas, passagens, mercados, vedute e fachadas de construções dominam a imagem da cidade européia: Barcelona, Veneza, Amsterdã, Paris, Londres, Berlim.

O mercado é um elemento fundamental para as cidades européias: como um espaço especial para vida urbana, defini-se pela polaridade entre o público e o privado, o modelo que oscila entre o mercado e a residência particular. A cidade européia representa o nascedouro da sociedade civil. Ao caminhar pelas cidades européias, o cidadão das sociedades atuais pode se tornar consciente de sua própria história. Nesse sentido, a história urbana européia é uma história de emancipação, origem da modernidade Ocidental.

Os artistas tomaram a cidade e sua história por meio de uma grande variedade de aproximações como tema, através dos tempos. Numa abordagem conceitual apresentam em diferentes perspectivas como se constitui a cidade e a vida urbana, seja do ponto de vista arquitetônico, sócio-político, urbano ou turístico. Uma apreciação mais conceitual de sua produção destaca não apenas ações dos artistas mas também elementos determinantes no contexto urbano, problemas da cidade contemporânea, referências da história da arte, assim como transformações e abstrações artísticas.

A exposição apresenta cartazes, cartões postais, gravuras, livros de artista, arte sonora, filme e fotografias, concebidas e realizadas por artistas.

Período : 1/9/2009 a 4/10/2009
Local : MAC USP Cidade Universitária - Rua da Reitoria, 160
Funcionamento: Terça a sexta das 10 às 18 horas, sábados, domingos e feriados das 10 às 16 horas
Entrada: Gratuita

OBS: informações e foto do site http://www.macvirtual.usp.br/mac/menuInterno.asp?op=1
OBS: informações da foto: Jan Swidzinski - Olhe para o Campo, 1981

11/09/2009

"Uma Aventura Moderna" - Mostra Francesa

Parte do calendário oficial do Ano da França no Brasil, "Uma Aventura Moderna" chega à capital paulista no dia 11 deste mês, onde fica até 15 de dezembro. Depois de uma temporada em Curitiba, a exposição, que faz parte da Coleção de Arte Renault, se instala no MAC (Museu de Arte Contemporânea da USP), no Ibirapuera. A entrada é gratuita.

Com obras de 18 artistas franceses, entre eles, Arman, Joan Miró, Jean Dubuffet, Jean Tinguely e Victor Vasarely, a mostra itinerante apresenta o cenário da arte moderna do país europeu.

A seleção, dividida em quatro núcleos --O Universo Industrial, O Meio Ambiente Dubuffet, Pintura Abstrata e Pintura Cinética--, reúne peças que representam o elo entre o universo industrial e a arte.

Período : 11/9/2009 a 15/12/2009
Local : MAC USP Ibirapuera - Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3º piso
Funcionamento: Terça a domingo das 10 às 18 horas
Entrada: Gratuita

OBS: informações e foto do site http://guia.uol.com.br/exposicoes/ult10048u619069.shtml

07/09/2009

Henri Matisse: Aujourd'hui (hoje) e Variação (de Celeste Boursier-Mougenot)




HENRI MATISSE

Ontem estive na exposição de Henri Matisse, que foi um dos artistas mais brilhantes que viveu entre os séculos XIX e XX. Ele nasceu em 1869, em Le Cateau-Cambrésis e faleceu em 1954, em Nice, ainda na plenitude de sua criatividade com uma crise cardíaca.





Passou pelas duas grandes guerras mundiais e participou de vários movimentos modernistas (entre eles o pontilhismo e o expressionismo), mas ficou conhecimento mesmo no Fauvismo, movimento que em francês significa "feras", e era assim chamado por ser considerado um movimento purista, onde o artista utilizava a cor pura, sem contornos, apenas mostrando como a luz influenciava a cor, qual a sua percepção sobre a cor, o que deixava a percepção da paisagem em segundo plano.





A mostra está linda e vale a pena a visita, exibe cerca de 80 obras que integram importantes coleções públicas e privadas, da França e do Brasil. É a primeira vez no Brasil, e na América Latina, que acontece uma exposição individual de Henri Matisse. Ontem já tinha fila para entrar na Pinacoteca e fila para entrar na exposição, mas a espera valeu muito a pena. Uma coisa que chamou a minha atenção é que a mostra está dividida em duas partes: do lado esquerdo estão as obras de Matisse e do lado direito as obras de artistas contemporâneos que se inspiram em Matisse para compor. No final da exposição está também o processo de produção do livro Jazz, feito por Matisse (que demorou 5 anos para ser produzido)e foi um dos mais vendidos em todo o século XX.





CELESTE BOURSIER-MOUGENOT

Também está na Pinacoteca a mostra Variação de Celeste Boursier-Mougenot. Tratam-se de três piscinas, com bombas que jorram água e fazem com que as tigelas de cerâmica branca esmaltada se toquem, produzindo um som que relaxa e traz e bem estar. Eu poderia ficar horas só escutando o barulhindo das tigelas.


Serviços da Pinacoteca do Estado:
Praça da Luz, 2 – Fone: 11-3324-1000
Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h
Ingresso (Pinacoteca + Estação Pinacoteca): R$ 6,00 ou 3,00. Grátis aos sábados
Estudantes pagam meia entrada.
Essa mostra acontece de 5 de setembro a 1º de novembro

06/09/2009

Roberto Burle Marx 100 Anos: A Permanência do Instável

Estive na Exposição sobre Roberto Burle Marx que está no MAM do Ibirapuera no final de semana passado e acabei não tendo tempo de postar. Ele viveu quase um século e morreu em 1994. Foi responsável pelo descobrimento de várias espécies de planta e algumas inclusive levam seu nome. A exposição está linda, com muuuuitos projetos de paisagismo dele, inclusive o do Parque Ibirapuera e do Aterro do Flamengo. Mas tem também pinturas e maquetes de módulos feitas por ele. Na exposição passam dois filmes que explicam suas obras e sua vida, cada um tem uma hora de duração, então é bom ir com tempo para assistir.Coloquei algumas fotos que tirei na exposição e de alguns projetos dele.

Para quem trabalha nessa área de arquitetura e paisagismo, é quase uma aula de projetos inusitados, inovadores e bem resolvidos. Para quem não é da área, ele é um exemplo de conservação da natureza e de suas espécies.
Eu, particularmente, adoro plantas, mexer com elas, colocar a mão na terra e ver que elas estão crescendo. Quando se consegue em um projeto fazer com que o jardim fique como a natureza é, você não precisa de mais nada, só apreciar!

SERVIÇOS DO MAM:
Parque do Ibirapuera, portão 3 - s/nº
São Paulo - SP - Brasil - 04094-000
Tel.: (11) 5085-1300
Fax: (11) 5085-2342

Horários
Bilheteria: terça a domingo e feriados das 10h às 17h30
Visitação: terça a domingo e feriados das 10h às 18h
Entrada: R$5,50
Meia entrada para estudantes, mediante apresentação da carteirinha
Gratuidade para menores de 10 e maiores de 65 anos, sócios do MAM e funcionários das empresas parceiras
ENTRADA GRATUITA AOS DOMINGOS
Acesso para deficientes físicos
Estacionamento Zona Azul – R$1,80 por duas horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h.

Existem no YouTube um vídeo, dividido em 3 partes, sobre a vida de Burle Marx, coloquei os links abaixo para quem tiver interesse em assistir:
http://www.youtube.com/watch?v=DaryOoInt-M PARTE 1
http://www.youtube.com/watch?v=bFX3UjOwHPE PARTE 2
http://www.youtube.com/watch?v=JJ95cHQ5q2U PARTE 3

OBS> as fotos foram tiradas por mim no Parque e na Exposição.

Modernismo Perdido

Vila operária modernista do arquiteto Gregori Warchavchik está ameaçada

Caiu em duplo esquecimento um prédio chave na arquitetura moderna brasileira. Varrida da história, a vila operária construída por Gregori Warchavchik na zona portuária do Rio, nos anos 30, está descaracterizada há mais de 20 anos e ficou de fora dos projetos de reforma que prometem revitalizar a região do cais do porto carioca.

Esforços anunciados há pouco pela prefeitura alardeiam o restauro de casas do século 19 na região e de todo o complexo do morro da Conceição, vizinho de dois museus que devem ser construídos por lá até 2011. Mas, perto dali, a única obra de Warchavchik sobrevivente no Rio está ameaçada.

Projetada pelo arquiteto que fez a Casa Modernista, em São Paulo, a vila operária no Rio é uma espécie de elo perdido da história da arquitetura brasileira. Marca a transição do primeiro modernismo feito no país, sob forte influência do racionalismo da Bauhaus, às curvas que vieram depois, com Le Corbusier e Oscar Niemeyer.

Também é um exemplo de um racionalismo retórico, que marcou a tentativa de ser moderno num país ainda sem industrialização. Embora as esquadrias, a laje e o acabamento pareçam sair de uma linha de montagem, são feitos à mão, imitação da indústria ausente.

"É aqui que se dá o clique, a passagem para o moderno brasileiro", resume o curador Paulo Herkenhoff, que visitou a vila com a reportagem. Desde que começou a prestar consultoria para a futura Pinacoteca do Rio, que deve ser instalada num prédio próximo dali, Herkenhoff tem sugerido à prefeitura a inclusão da vila operária nos planos de restauro do porto.

Mesmo tombado pelo patrimônio municipal há 23 anos, o complexo, hoje ainda ocupado por moradores, está descaracterizado. Teve as telhas, os revestimentos do teto e das fachadas trocados. Também foram ocupadas as áreas deixadas livres no projeto original.

"Essa é a maior descaracterização, a ocupação dos espaços que eram coletivos", diz Otavio Leonídio, arquiteto e professor da PUC-Rio. "Era para ser um espaço vazio, que ventila, ilumina os andares de baixo."

É um conjunto de casas mínimas: quatro cômodos que se distribuem em torno de um pequeno quadrado, tendo de um lado cozinha e banheiro e, do outro, sala e quartos. "É a casa proletária", resume Leonídio.

Lúcio Costa

Embora tenha entrado para a história como obra de Warchavchik, o projeto foi assinado por Lúcio Costa, arquiteto que desenhou o plano urbano de Brasília. Não há dúvida que a vila tem os traços de Warchavchik, mas, como eram sócios à época, Costa pode ter assinado a planta como formalidade.

"Isso é mais Warchavchik do que Lúcio Costa", afirma Herkenhoff. "Não consigo imaginar o Costa virando moderno e fazendo esse tipo de projeto."

É um dado que abre outro debate. Costa esteve à frente do Iphan por mais de 30 anos, mas nunca tombou a vila de Warchavchik nem as outras duas casas que o arquiteto construiu no Rio, hoje demolidas.

"Ele rejeitava esse racionalismo duro, de caráter alemão, funcionalista", diz Leonídio. "Costa chamava isso de modernismo estilizado, ele foi muito duro com o Warchavchik."

Acabaram preservados os projetos da vertente francesa, de Le Corbuiser e Niemeyer. "A história da arquitetura escolheu um campo e ficou nele", diz Herkenhoff. "A vila está no gongo para salvar, no ponto."


Conjunto operário de Warchavchik está fora das prioridades para prefeitura

A defesa do patrimônio histórico do Rio reconhece que o conjunto operário de Gregori Warchavchik está "descaracterizado há muito tempo", nas palavras do subsecretário de patrimônio cultural, Washington Fajardo. "Eu não realizei uma vistoria lá desde que assumi, no início deste ano", diz ele.

Fajardo diz, no entanto, que o patrimônio cultural tem outras prioridades no momento, restaurando bens anteriores à vila.

A prefeitura do Rio diz que o restauro do complexo não está nos planos de revitalização, mas que considera a inclusão da vila numa segunda etapa de obras das reformas.

"Isso pode até ser considerado, mas não está hoje no nosso mapa de prioridades de locais para recuperação", diz Felipe Gois, do Instituto Pereira Passos, órgão municipal que cuida da revitalização.

Informações e fotos do site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u601899.shtml
Reportagem de SILAS MARTÍ da Folha de S.Paulo, enviado especial ao Rio