20/03/2010

Arquivo Histórico Municipal

Olá pessoas!!! Depois de mais de um mês e meio de sem colocar nada aqui, cá estou, com coisas novas :) O tempo anda curto por causa da facu e de projetos, mas vou voltar a colocar informações todas as semanas ou, se encontrar algo relevante, coloco antes mesmo!!!

Há umas duas semanas, fui até a região da estação Tiradentes, fotografar um terreno que meus professores de projeto da faculdade pediram para pesquisar. Daí, passamos pelo arquivo histórico municipal e entramos no prédio, eu e minha amiga Day. Lá fomos muito bem recepcionadas por uma guia, que gentilmente perguntou se queríamos conhecer o prédio todo, daí, lógico que entramos. Como pretendo trabalhar com restauro, estou me cercando do máximo de informações possíveis para criar um repertório.

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Nessa visita monitorada, descobrimos que esse prédio do Arquivo Histórico Municipal era a antiga Escola do Curso de Elétrica, que faz parte do conjunto politécnico, que são os atuais edifícios do Centro Paula Souza. O edifício foi o primeiro da região, construído por Ramos de Azevedo, assim como os outros, que foram feitos para atender a demanda dos estudantes posteriormente.

Tudo nele permanece original, mesmo depois do restauro realizado no ano passado. Seus gradis de ferro (como corrimãos e portadas) foram confeccionados pelo Liceu de Artes de Ofícios, sediado onde hoje está a Pinacoteca do Estado. Há um vão central, com pé direito triplo, que alcança uma abertura zenital, por onde entra ventilação e iluminação, e que era onde os alunos faziam as atividades práticas do curso.

Os vitrais que ficam nos patamares das escadas, foram confeccionados pela Casa Conrado, que era uma das mais tradicionais na época. Um deles tem a imagens e as referências do engenheiro e o outro do arquiteto, que são as profissões que usam a elétrica diretamente.

As escadas foram todas confecionadas com pedras retiradas da Serra da Cantareira, cada degrau é feito com um bloco único de pedra, esculpido para ganhar forma de degrau convidativo à subida. Eles são todos fixados na parede e não usam vigas para ficar sustentados. E o mais legal é que a manutenção deles é feita por uma porta no subsolo...

O que é mais interessante, é que esse edifício não possui vigas de sustentação. Ele foi feito com arcos ogivais no subsolo, que criam passagens abobadadas, fazendo com que o peso da edificação fique distribuido por igual entre as colunas de passagem. Esse subsolo abriga ainda a estrutura aparente dos tijolos da construção do prédio, e das estruturas da entrada e dos pilares. Ainda há o ladrilho hidráulico original no piso em alguns ambientes e os banheiros ainda tem as louças originais trazidas de Londres.

A funcionalidade é muito presente nas obras do Ramos de Azevedo e nesse edifício não foi diferente: todos os pinos de abertura das janelas e as maçanetas não simples e de encaixe, o que facilitava o manuseio pelos alunos. As aberturas eram variadas, de pivotante à basculante. As salas de aula eram pequenas e as lousas eram removíveis, criando vãos de ar.

Mas o que realmente vale a pena visitar, é o auditório. Construído com acústia perfeita, ele tem o que se chama de Centro de Convergência do Som. Ao ficar no centro da sala e falar, você escuta sua voz, como se estivesse falando no seu próprio ouvido. Isso ajudava o professor a perceber conversas paralelas ou qualquer outro som. As cadeiras ainda são originais, de madeira, do tipo universitárias, construídas também pelo Liceu.

Vale a visita, para quem gosta de curiosidades sobre a história e arquitetura da cidade de São Paulo. Nas fotos, coloquei também o terreno onde vamos desenvolver o projeto de uma Galeria de Arte e fotos da região, tudo para fazer um bom projeto.
Semana que vem volto com mais coisas legais!!!

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